sábado, 16 de maio de 2009

Histórias no país das maravilhas*

Lá porque era um bosque como os das histórias, com grandes árvores de aspecto antigo e sábio, não queria dizer que nele existissem fadas. mas procurámos. e eu via-as ao longe. algumas saltavam de flor em flor, pequeninas e brilhantes. filhas dos raios de Sol, como eram chamadas. agora percebia porquê.

Eu via-as. mas não dizia nada. não queria que mais ninguém soubesse da sua existência. podiam fazer-lhes mal. havia tanta gente interessada nelas. de cada vez que alguém afirmava ter encontrado uma, formavam-se filas para a ver. por isso, eu nada disse.



Enquanto todos procuravam, sentei-me na base de uma das grandes árvores. sabia bem poder estar naquele lugar. era realmente diferente de qualquer outro sítio onde já tivesse estado. tão carregado do que pareciam ser segredos e magias antigas. não admirava que ninguém entrasse ali. apenas nós, ousados exploradores, nos atrevemos a passar a fronteira invisível que claramente existia entre a vila e aquele bosque. porque ali, naquele lugar maravilhosamente escondido, tudo permanecia igual ao que era, e nada vindo do exterior poderia alguma vez alterar isso.

Eles continuaram a busca durante o que me pareceu ser muito tempo. corriam eufóricos por entre as árvores, espreitando em cada buraco, ou ninho que encontrassem. revistavam cada flor e oscultavam os troncos das árvores, à procura de qualquer sinal fora do comum.
Não conseguiram no entanto encontrar nada para além de alguns coelhos e esquilos que tentavam fugir ao detectar a presença de estranhos, e portanto, acabaram por desistir. pareciam desanimados, mas eu achei que era melhor assim. 'talvez noutro dia', consolei-os. mal sabiam eles que eu as via...

Sem comentários: